Beit Midrash

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domingo, 8 de maio de 2011

PROJETOS SOCIAS PARA IGREJAS




Mateus 6.34, diz: Ao desembarcar, viu Jesus uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor. E passou a ensinar-lhes muitas coisas. Esse versículo sempre mexeu muito comigo, desde a minha juventude, quando tinha cerca de 17 anos, eu e outros colegas ficávamos a pensar o que poderia ser feito para melhorar a vida dos outros a partir de uma iniciativa e visão cristã. Contudo, na verdade passou-se o tempo e não conseguimos realizar nada do que havíamos pensado, ficou apenas no pensamento, nunca se tornou prático, ou seja, não passou de um simples e abstrato pensamento.
Atualmente esses pensamentos me têm novamente perturbado, quero viver um Evangelho prático, que não esteja somente preocupado com o teórico, o abstrato, quero fazer algo de significativo que transforme pessoas, que seja capaz de mudar sua realidade, mas então surge uma pergunta, como fazer isso? Sinceramente ainda não sei a resposta, tenho buscado-a, mas é difícil encontrar, pois o meio em que vivo, relaciono-me e prego dificilmente faz esse tipo de reflexão. O mundo tornou-se tão rápido, dinâmico, competitivo, individualista que não temos mais tempo para pensar nas outras pessoas, ficamos distraídos por essa realidade de ilusão sombria que estamos vivendo. Talvez por isso, o número de pessoas que buscam significado para suas vidas tenha aumentado, e como não conseguem atingir esse patamar de busca se frustram e se destroem.
Esse quadro que descrevi se assemelha muito com o texto descrito por Mateus, uma multidão que anda de um lado para o outro em busca de algo, como ovelhas sem pastor. Então penso que a solução é dada nesse mesmo texto, mas de que forma? Primeiro Jesus passa a ensiná-las. Toda mudança começa com o ensino comprometido, que seja capaz de mudar circunstancias adversas. Ensino para mim é sinal de reflexão, de busca por compreensão e mudança de realidades a partir de um pensamento lógico, organizado, sistemático, comprometido com a praticidade transformadora.
Em seguida o texto de Mateus nos revela que os discípulos ficaram preocupados com a situação das pessoas, e queriam que Jesus as despedisse a fim de que encontrassem comida, pois o lugar era deserto. Neste exato momento Jesus quebra toda lógica humana descomprometida, ou melhor, comprometida apenas com o pensar, e diz: por que vocês mesmos não dão de comer a essa multidão? A resposta é lógica como faremos isso com tão pouco recursos? Nessa hora meus amigos, começa um dos milagres mais extraordinários do Novo Testamento, a multiplicação dos recursos escassos. Muitos pensam que o milagre aconteceu como num passo de mágica, mas não foi assim!
Primeiro Jesus organizou a multidão em grupos de cem e de cinqüenta, demonstrando que é preciso haver uma sistematização, uma organização que seja prática e eficaz. Então um projeto de mudança social radical, não deve ser assistencialista, imediatista, realizado apenas com o intuito de aliviar a consciência de quem o executa. Mas deve ser pensado e elaborado, para que possa realizar mudanças estruturais, e não apenas paliativas.
No segundo momento, Jesus toma os recursos escassos, levanta-os aos céus e os abençoou, ou seja, as provisões dos recursos não acontecem por um esforço humano, por melhor que ele seja, mas por uma provisão divina, uma graça misericordiosa, que abunda e transforma o pouco em muito. Após isso, vem o terceiro passo, a distribuição para quem necessita. Primeiro para crianças, pois o risco de vida para elas era maior devido às condições inóspitas do local, que desencadearia possíveis desidratações, em segundo os idosos pelos mesmos motivos e grávidas caso houvesse na multidão, em terceiro as mulheres, em quarto os homens, e por fim os discípulos. Com isso o milagre foi estabelecido, testemunhado e vivido por todos aqueles que ali estavam.
Quero agora que voltemos um pouco à ordem da distribuição que coloquei acima: crianças, grávidas e idosos, mulheres, homens e por fim os discípulos. Essa é uma ordem estrutural básica para qualquer projeto social, sendo assim, tente começar um projeto a partir desses grupos, de preferência foque em um no inicio.
Agora passarei a falar de alguns projetos que pesquisei e achei legal colocar aqui: o primeiro que destaco é o Programa de Atendimento Interdisciplinar em Ambiente Extra-Clínica; que tem como objetivo levar às comunidades escolares com populações carentes um atendimento multidisciplinar in loco. Este programa é focado na prevenção, estimulação e capacitação para melhorar o desenvolvimento emocional, cognitivo e psicomotor do individuo, visando facilitar o aprendizado formal e diminuir a evasão escolar.
Outro seria a Oficina Pedagógica: atendimento a alunos com dificuldade de acompanhar o ensino formal. Essa atividade é um apoio ao desenvolvimento da escolaridade e cidadania. Também neste programa são realizadas palestras visando auxiliar professores e pais, esse projeto poderia ser realizado em parceria com universidades que desenvolvem programas de extensão.
Atendimento em grupos: visa estimular à criação de grupos de idosos, onde se realizaria encontros semanais, em que se desenvolveriam atividades físicas, de danças, atividades sócio-culturais e artes, bem como programas de alfabetização para adultos. Também outro grupo que se poderia criar seria o de atendimento a grávidas, neste seria dado palestras, atendimentos médicos e sociais. E ainda a criação de um grupo que poderia ser voltado para educação de jovens, onde se reforçaria os estudos das disciplinas de português, matemática, biologia, química, física e outras disciplinas. Enfim as possibilidades são enormes, basta boa vontade, organização e envolver os membros das igrejas nestes programas.                            
                 
        

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