Beit Midrash

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domingo, 10 de abril de 2011

ÉTICA DA ESPIRITUALIDADE - Parte I

Quando pensamos em ética automaticamente nos remetemos a um comportamento padrão, no entanto essa padronização moral nos é imposta pelo meio social onde vivemos. Sendo assim, o padrão comportamental de ontem pode não ser o mesmo de hoje ou de amanhã. Esses conceitos estão cada vez mais em voga, devido à pós-modernidade. Atualmente se fala bastante no conceito de modernidade líquida, ou seja, os valores éticos, morais, sociais, culturais, religiosos mudam tão rapidamente, que não podemos mais falar em valores sólidos de uma determinada comunidade.
Os valores éticos não são mais desenvolvidos ou pensados de forma comunitária, no presente falamos de comportamento individualizado, numa sociedade que não é mais pensada em grupo, mas de forma individual.

Como nunca registrado em gerações anteriores, a nossa vê o individuo como a fonte única de significado. Os filamentos do tecido de conexão entre as pessoas, fios que mantinham unidas famílias, comunidades e sociedades, se debilitaram. Nós nos tornamos seres solitários em busca de realização exclusivamente pessoal (SACKS, 2002, p.13).   

Esta forma de pensar é fortemente influenciada pelo apelo mercadológico, por exemplo; atualmente estão sendo desenvolvidos os medicamentos individualizados, com doses padronizadas para determinada tipo de pessoa-paciente, outro bom exemplo, seria o desenvolvimento da moda individualiza, ou seja, a roupa foi desenvolvida para aquela pessoa especifica e para determinada ocasião. Quem nunca ficou constrangido quando cruzou com uma pessoa que está usando a mesma camisa, calça ou outro adereço, isto é, queremos uma roupa exclusiva, individualiza. Além disso, existe ainda a problemática do consumismo a dominar a sociedade, pois a sociedade de consumo a cada dia cria necessidades superficiais, produzindo uma verdadeira febre e frustração naquele que não consegue adquirir ao bem maior momentâneo exposto na propaganda.            
Devido a esse padrão moderno, a igreja também passou a desenvolver uma teologia carregada de apelo individual, esse padrão comportamental pode ser contemplado nas músicas, nos sermões, nos livros desenvolvidos pelos responsáveis pelo pensamento religioso atual. O sustentáculo dessa forma de pensar a igreja, segundo Mendonça (2008), está em duas correntes filosóficas, o neoplatonismo e o transcendentalismo, em que a primeira, sustenta a supremacia do espírito sobre a matéria; e a segunda; desenvolve o imediatismo de Deus na alma humana. Esse idealismo tem pelo menos duas implicações: o distanciamento entre a religião como um saber ordenado, lógico, em favor de certo tipo de intuicionismo pessoal.  E a outra consequência seria que a religião não é pensada como um saber nem um fazer, mas como uma experiência do Divino. Ou seja, a ética religiosa passou a ser vista não como um comportamento pautado pelo padrão bíblico, que descreve que uma fé sem obras é morta (Tg 2.14-26), mas como uma experiência religiosa acompanhada de manifestações emocionais. Neste ponto vemos a influencia da ética puritana e pietista, pois para os puritanos, segundo Mendonça (2002), os sinais externos demonstravam a qualidade da espiritualidade pessoal, sendo assim, qualquer tipo de inatividade religiosa ou profissional era sinal de que ele não pertencia ao rol dos eleitos. Enquanto que o ativismo era visto como um sinal de fé e, consequentemente, da sua eleição.  
Já o pietismo colaborou para exacerbar o emocionalismo volitivo, no qual choros, desmaios, tremores, crises histéricas são características da vida do cristão verdadeiro, porém como nos aponta Mendonça (2002), foi o individualismo no cultivo da vida religiosa, a leitura solitária da Bíblia e sua interpretação literal ou espiritualizada e, especialmente, a experiência pessoal com Jesus, a influência mais importante do pietismo para o desenvolvimento do conceito da ética espiritual que temos hoje.                          
A consequência direta dessa forma de pensar a espiritualidade foi que os cristãos principalmente, os pentecostais e neopentecostais afastaram-se da cosmovisão bíblica coletiva, em que atitudes ou ações individuais afetam a sociedade como um todo (Rm 5.12,15; Js 7.1-26). Os escritores bíblicos não pensam a vida espiritual afastados da vida comunal, em outras palavras a espiritualidade somente é demonstrada na vida em sociedade (At 2.42-47), esses conceitos soam bastante estranhos, principalmente, àqueles que em semelhança aos monges católicos pensam que a verdadeira espiritualidade somente pode ser desenvolvida em uma vida afastada da sociedade.Quando pensamos em ética automaticamente nos remetemos a um comportamento padrão, no entanto essa padronização moral nos é imposta pelo meio social onde vivemos. Sendo assim, o padrão comportamental de ontem pode não ser o mesmo de hoje ou de amanhã. Esses conceitos estão cada vez mais em voga, devido à pós-modernidade. Atualmente se fala bastante no conceito de modernidade líquida, ou seja, os valores éticos, morais, sociais, culturais, religiosos mudam tão rapidamente, que não podemos mais falar em valores sólidos de uma determinada comunidade.
Os valores éticos não são mais desenvolvidos ou pensados de forma comunitária, no presente falamos de comportamento individualizado, numa sociedade que não é mais pensada em grupo, mas de forma individual.

Como nunca registrado em gerações anteriores, a nossa vê o individuo como a fonte única de significado. Os filamentos do tecido de conexão entre as pessoas, fios que mantinham unidas famílias, comunidades e sociedades, se debilitaram. Nós nos tornamos seres solitários em busca de realização exclusivamente pessoal (SACKS, 2002, p.13).   

Esta forma de pensar é fortemente influenciada pelo apelo mercadológico, por exemplo; atualmente estão sendo desenvolvidos os medicamentos individualizados, com doses padronizadas para determinada tipo de pessoa-paciente, outro bom exemplo, seria o desenvolvimento da moda individualiza, ou seja, a roupa foi desenvolvida para aquela pessoa especifica e para determinada ocasião. Quem nunca ficou constrangido quando cruzou com uma pessoa que está usando a mesma camisa, calça ou outro adereço, isto é, queremos uma roupa exclusiva, individualiza. Além disso, existe ainda a problemática do consumismo a dominar a sociedade, pois a sociedade de consumo a cada dia cria necessidades superficiais, produzindo uma verdadeira febre e frustração naquele que não consegue adquirir ao bem maior momentâneo exposto na propaganda.            
Devido a esse padrão moderno, a igreja também passou a desenvolver uma teologia carregada de apelo individual, esse padrão comportamental pode ser contemplado nas músicas, nos sermões, nos livros desenvolvidos pelos responsáveis pelo pensamento religioso atual. O sustentáculo dessa forma de pensar a igreja, segundo Mendonça (2008), está em duas correntes filosóficas, o neoplatonismo e o transcendentalismo, em que a primeira, sustenta a supremacia do espírito sobre a matéria; e a segunda; desenvolve o imediatismo de Deus na alma humana. Esse idealismo tem pelo menos duas implicações: o distanciamento entre a religião como um saber ordenado, lógico, em favor de certo tipo de intuicionismo pessoal.  E a outra consequência seria que a religião não é pensada como um saber nem um fazer, mas como uma experiência do Divino. Ou seja, a ética religiosa passou a ser vista não como um comportamento pautado pelo padrão bíblico, que descreve que uma fé sem obras é morta (Tg 2.14-26), mas como uma experiência religiosa acompanhada de manifestações emocionais. Neste ponto vemos a influencia da ética puritana e pietista, pois para os puritanos, segundo Mendonça (2002), os sinais externos demonstravam a qualidade da espiritualidade pessoal, sendo assim, qualquer tipo de inatividade religiosa ou profissional era sinal de que ele não pertencia ao rol dos eleitos. Enquanto que o ativismo era visto como um sinal de fé e, consequentemente, da sua eleição.  
Já o pietismo colaborou para exacerbar o emocionalismo volitivo, no qual choros, desmaios, tremores, crises histéricas são características da vida do cristão verdadeiro, porém como nos aponta Mendonça (2002), foi o individualismo no cultivo da vida religiosa, a leitura solitária da Bíblia e sua interpretação literal ou espiritualizada e, especialmente, a experiência pessoal com Jesus, a influência mais importante do pietismo para o desenvolvimento do conceito da ética espiritual que temos hoje.                          
A consequência direta dessa forma de pensar a espiritualidade foi que os cristãos principalmente, os pentecostais e neopentecostais afastaram-se da cosmovisão bíblica coletiva, em que atitudes ou ações individuais afetam a sociedade como um todo (Rm 5.12,15; Js 7.1-26). Os escritores bíblicos não pensam a vida espiritual afastados da vida comunal, em outras palavras a espiritualidade somente é demonstrada na vida em sociedade (At 2.42-47), esses conceitos soam bastante estranhos, principalmente, àqueles que em semelhança aos monges católicos pensam que a verdadeira espiritualidade somente pode ser desenvolvida em uma vida afastada da sociedade. 

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